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POUPE ÁGUA, ÁGUA É VIDA!

Corrija os Maus Hábitos

Cozinha:
Antes de lavar os pratos, tachos, panelas ou frigideiras, limpe-os com papel. Se necessário deixe "de molho" os tachos e panelas. Não lave a loiça em água corrente. Utilize a Bacia do Lava-Loiça ou alguidar. Não lave a loiça peça a peça, junte-a e lave-a uma a duas vezes por dia. Use a mínima quantidade de detergente necessária para uma lavagem eficaz. Poupará água e detergente.

Lavagem de Roupa:
Uma máquina de roupa consome 150 litros de água por lavagem. Use-a apenas com a carga máxima. Para pouca roupa ou peças isoladas não use a máquina. Lave à mão e pode depois utilizar a água para lavar o chão da cozinha.


Máquina da Loiça:
Se tiver máquina de lavar loiça, não ponha a trabalhar sem a carga completa. Lembre-se que quando a liga, ela consome 60 litros de água.

Duche:
Num duche gasta 25 litros se demorar 5 minutos. Mais é desperdiçar tempo e água.

Autoclismo:
Em cada descarga do autoclismo gasta 10 a 15 litros de água. Deve utilizá-lo só quando for necessário. Não transforme a sanita em recipiente de lixo. Restos de comida, cabelos, papéis, cigarros (bem apagados) vão para o lixo.

Banos de Imersão:
Num banho de imersão gasta pelo menos 3 vezes a quantidade de água utilizada para tomar um duche. Tome duche em vez de banho de imersão e não se esqueça: seja rápido e enquanto se ensaboa não deixe correr a água do chuveiro.

Lavatório:
Enquanto escova os dentes ou se barbeia feche a torneira. Assim poupará 10, 20 ou mesmo 30 litros de água.

Rega:
Há plantas que necessitam de pouca água. Evite regá-las sem necessidade. Se possível utilize água de poços ou ribeiros ou mesmo água de lavagem de legumes e frutos. Regar de manhã cedo ou à noite é poupar água que se perde com o calor do sol.

Poupar Água – Regras a Cumprir

Não deixe torneiras a pingar, feche-as bem.
Se estiverem avariadas mande consertá-la rapidamente.
Não perca tempo em mandar arranjar o autoclismo, quando verificar a existência de fugas.
Chame o canalizador sem demora quando tiver um cano rebentado.
Se houver cortes de abastecimento de água na zona onde vive armazene a quantidade que necessitar.
Se lhe sobrar água da distribuição anterior não a deite fora.
Se detectar fuga numa boca de rega ou noutro ponto da conduta contacte sem demora a sua Junta de Freguesia ou a Câmara Municipal.
Reutilize a água que puder.
Em casa, na escola, nos locais de trabalho, reduza o consumo.
Não se esqueça que poupando água poupa dinheiro

A Carta Europeia da Água Chama a Atenção

Não há vida sem água. A água é um bem precioso indispensável a todas as actividades. O ser humano depende cada vez mais desse bem, a água, que a natureza põe à sua disposição.
Contudo… Os recursos de água doce não são inesgotáveis. É necessário preservá-los e, se possível, aumentá-los. Com o crescimento da população, a melhoria dos seus hábitos de higiene para uma melhor saúde e também com o desenvolvimento agrícola e industrial é cada vez mais difícil satisfazer as necessidades crescentes que o ser humano tem de água.

É preciso, portanto, aprender a considerar que a água é um património comum cujo valor deve ser reconhecido por todos. Cada um tem o dever de a economizar e da utilizar com cuidado. Cada um é responsável perante os outros pelo uso que faz da água. Desperdiçá-la é abusar de um património natural que é de todos.

Algumas diferenças lexicais entre versões da língua portuguesa

Português do Brasil Português europeu

banheiro casa de banho ou quarto de banho
grama relva
aquarela aguarela
trem comboio
ônibus autocarro[1]
cédula de identidade, bilhete de identidade (BI)
carteira de identidade (RG)[2]

favela bairro de lata
maiô fato de banho
carteira/carta de motorista carta de condução
caqui dióspiro
fazenda quinta
açougue talho
suco (de fruta)[3] sumo (de fruta)
aeromoça comissária de bordo ou hospedeira de bordo
frentista empregado de bomba de gasolina
planejar planear


[1] Em diversos PALOP usa-se o termo machibombo; em Timor-Leste: microlete
[2] A sigla "RG" refere-se a "registro geral"
[3] No Brasil, sumo é o líquido natural extraído da fruta, a mistura com água e açúcar é o suco

The Gift em Valência

Olá a todas/os!

Na próxima quinta-feira, dia 25 de Outubro actua em Valência o grupo português THE GIFT. O concerto será no espaço Heineken Greenspace na rua Juan Verdeguer nº 16.
Para quem for, desejo um bom concerto!

Beijinhos

Marta

http://www.thegift.pt

O Infinitivo Flexionado Português

O Nosso Infinitivo

Por tudo o que por aí se lê, em prosa ou em verso, pode concluir-se que, na generalidade, se perdeu a noção de que, na nossa língua, há a particularidade, única no mundo literário, da existência de dois infinitivos.

Antigamente ensinava-se que havia dois infinitivos: o impessoal e o pessoal. Hoje, diz-se, de preferência: o infinitivo não flexionado e o flexionado. Uma terminologia que vai dar ao mesmo.

Claro que, o desconhecimento da existência dos dois e a confusão estabelecida no seu emprego já vêm de longe e têm dado origem a construções defeituosas e pouco aceitáveis. Mas não vamos além, para não nos alongarmos e tornarmos fastidioso este apontamento, motivado pela leitura de um “Guia da Língua Portuguesa”, em que iremos falar mais adiante.

Num velho “Compêndio de Gramática Portuguesa”, da Porto Editora, da autoria de José Nunes de Figueiredo e António Gomes Ferreira, sobre o uso destes dois infinitivos, podemos ler, na página 72, § 128: “A prática da língua, a clareza, a eufonia e a ênfase são os factores que decidem do emprego da forma pessoal ou impessoal do infinitivo”.

A “Nova Gramática do Português Contemporâneo”, de Celso Cunha e Lindley Cintra, edição de 1984, de João Sá da Costa, depois de uma longa dissertação sobre o uso dos dois infinitivos, com citações exemplificativas, acaba por concluir, na página 487: “Trata-se, pois, de um emprego selectivo, mais do terreno da estilística do que, propriamente, da gramática”.

Na 25ª edição do “Prontuário Ortográfico e Guia da Língua Portuguesa”, de Magnus Bergstrom e Neves Reis, da Editorial Notícias, podemos ler, na página 138: “[...] Conclusão: o emprego do infinito é caso de estilo, e não de gramática”. E mais abaixo: “Nas questões do infinito pessoal, muitas vezes costuma citar-se o verso da estância 72, do canto VII de “Os Lusíadas”: “E folgarás de veres a polícia”. “Há um erro de Camões, mas a anormalidade, conforme Cândido de Figueiredo (1) justifica-se pela liberdade poética”...A nota (1) remete para a “Linguagem de Camões”, página 70, desse autor.

Ora, a razão que nos levou à redacção deste apontamento, é não compreendermos como é que Camões cometeu um erro, quando todos os gramáticos chegam à conclusão de que, no uso do infinito, qualquer escritor tem a liberdade de proceder segundo a sua sensibilidade estilística. Sendo assim, por que temos de concordar que Camões tenha cometido um erro?

Diz a velha máxima que “errare humanum est”. Então, embora fosse um “mestre”, como é que Cândido de Figueiredo, sendo humano, não podia ter errado, ao declarar que havia um erro no citado verso de Camões?

Com o devido respeito, parece que ele errou mesmo. Vejamos:

Camões, ao compor esse verso, não precisava de se escudar na “liberdade poética”. A preposição “de”, embora humilde e pequenina, pode esconder várias conotações de sentido, sendo mais frequentes as de causa e as de tempo. E acontece que, no citado verso, ela se pode orgulhar de abarcar as duas ao mesmo tempo. Vamos ver.

Na citada estância 72 de “Os Lusíadas”, Monçaide aconselha o Catual a visitar a armada portuguesa, e garante-lhe: “E folgarás de veres a polícia...”. Isto é: (tu) hás-de folgar QUANDO vires a polícia. Ou então: (tu) hás-de folgar AO veres a polícia.

Poderá haver dúvida de que, neste “de”, está implícita a ideia de tempo, expressa pelo “quando” ou pelo “ao”?

Mas, em vez do “de”, o poeta não poderia ter usado um “por” (folgarás por veres a polícia)? Ora, se o tivesse feito, quem poderia duvidar de que o “de”, que empregou, não tinha implícita a ideia de causa?

Nesta ordem de ideias, vê-se, claramente, que o verso ficaria perfeito e sem perda de sentido nem de harmonia eufónica, com qualquer das seguintes redacções: “E folgarás AO veres a polícia”, ou “E folgarás POR veres a polícia”. Na primeira, como já vimos, teríamos a ideia de tempo; na segunda, a ideia de causa.

Ora, nestas circunstâncias, vê-se que, se o poeta tivesse empregado o infinito impessoal (E folgarás de VER a polícia) teria, então, cometido um erro, porque o sujeito “tu”, embora omisso, obriga a um “veres”, sem precisar de nenhuma regra de gramática. Além disso, o verso ficaria com menos uma sílaba e lá se ia um decassílabo perfeito, exigido pela métrica a que o poeta tinha de obedecer.

[27-06-2003] [ Jaime Umbelino ]

Paula Rego - Grooming

PAULA REGO À CONQUISTA DE MADRID

A partir de 25 de Setembro, Madrid recebe a obra Paula Rego, numa viagem quase integral pelo trabalho da pintora e artista plástica portuguesa, representado em duas centenas de trabalhos, entre pinturas, gravuras e os desenhos.
A exposição vai estar organizada cronologicamente. A abrir, uma “pintura do natural” de 1954, quando Rego ainda frequentava a Slade School of Fine Art, em Londres, cidade onde tem vivido a maior parte da sua vida. Depois são cinquenta anos de carreira e alguns trabalhos expostos pela primeira vez.
A retrospectiva da artista figurativa portuguesa deixa Madrid no dia 30 de Dezembro, rumo a outros centros de exposições.

Estúdio de Paula Rego

Agustina e Paula Rego fundem-se em biografia

Agustina Bessa-Luís escreveu livro sobre obras da pintora(Rego, Paula e Bessa-Luís, Agustina, As Meninas, Lisboa, Três Sinais Editores, 2001.)

Uma biografia e uma confissão. Assim é o livro "As Meninas", uma obra conjunta da escritora Agustina Bessa Luís e da pintora Paula Rego, que amanhã chega aos escaparates através da Três Sinais Editores. O gosto pela escrita de uma e a criatividade, por vezes desconcertante, de outra, uniram-nas num mesmo projecto. Mesmo sem se conhecerem pessoalmente - e esta verdade continua válida -, as duas mulheres assinam um livro irreverente, onde a escritora traça a biografia da pintora ao mesmo tempo que, em tom quase confessional, aproveita para falar de si própria.

De tão diferentes, Agustina e Paula Rego sentem-se, na verdade muito próximas uma da outra. É a escritora quem confessa ao JN: "Tenho certas afinidades com a Paula Rego, sobretudo no que se refere à nossa infância. Uma vida de crianças solitárias mas com grande espírito criativo, com uma grande dose de liberdade e de compreensão".
Para Agustina, foi precisamente esse "estado de solitude que potenciou a disponibilidade para a criação, No meu caso, gosto de escrever".

A ideia do livro partiu da própria editora. É a autora de "A Sibila" que conta: "A 'Três Sinais' desafiou-me a escrever sobre a série de 20 quadros de Paula Rego intitulados 'As Meninas'. Eu achei a ideia muito interessante. Não conheço pessoalmente a pintora. Mas, como parto do princípio que isto não tem de ser uma introdução para uma relação pessoal, não vi impedimento em concretizar o projecto. Até porque sou, de há muito, admiradora do trabalho dela".

As obras de Paula Rego entusiasmaram tanto a escritora que esta, confessa, deixou-se levar pelo espírito criativo. "Aquilo que a princípio começou por ser uma apreciação pessoal sobre 20 quadros específicos" acabou por se transformar "numa biografia" daquela que é uma das mais conceituadas pintoras portuguesas. Interessou-me muito a vida dela. Procurei biografias, consultei amigos, li críticas sobre a sua obra e, a partir daí, veio-me a ideia de fazer uma espécie de balanço do que tem sido a vida de Paula Rego. O facto de ter certas afinidades com ela facilitou o caminho da escrita. E eu gosto de escrever".

Em 15 dias, Agustina, que só escreve à mão, concluiu a sua obra. O livro é também, de certo modo, confessional, Até porque, como sublinha, "todos os meus livros são, de certa maneira, autobiográficos".
O resultado final agradou de tal forma a Paula Rego, que a artista, que inicialmente tinha dado autorização para a publicação dos seus 20 desenhos da série "As Meninas", acabou por ceder na edição de mais uma série de outras obras suas.

"As Meninas" chega amanhã aos escaparates das livrarias numa edição limitada, numerada e assinada pelas autoras. Como explicou o editor, Manuel Fonseca, o livro insere-se na tradição que a Três Sinais começou em Novembro de 1999, com a edição de "Dedicácias", de Jorge de Sena, e de "Diário de Guerra, Angola 1961-63", do soldado Etelvino.
O livro com texto de Agustina Bessa Luís e pinturas de Paula Rego é apresentado como "uma obra de grande qualidade gráfica, editada em capa dura, cartonada e coberta a tela de seda, com gravação a seco do título e do nome das autoras e impressão a quatro cores". A concepção e design têm assinatura de Luís Miguel Castro.

Ana Vitória in Jornal de Notícias, 30 de Março de 2001

Carlos Saura diz existir talento musical enorme em Portugal

O realizador espanhol Carlos Saura declarou à Agência Lusa existir «um talento musical enorme em Portugal» e anunciou estar a preparar um filme sobre música brasileira.

A sua última película, «Fados», o «musical em estado puro» como Saura a caracteriza, devido ao facto de não ter argumento, foi aplaudida de pé pelas cerca de mil pessoas que encheram o Teatro Ryerson, na sua estreia mundial, quinta-feira à noite (madrugada de hoje em Portugal) no festival de cinema de Toronto.

Numa entrevista concedida à Lusa, Carlos Saura explicou que a sua decisão de realizar o filme se deveu ao facto de sentir uma forte ligação a Portugal.
«O fado faz parte da minha vida. Relembro as canções que escutava em Madrid quando era menino, sobretudo Amália Rodrigues. Gosto muito de fado, dos fadistas, da música. Há um talento musical enorme em Portugal», disse, acrescentando que, entre os fadistas que ouve, estão Carlos do Carmo, Mariza e Camané.

Acerca de «Fados», o cineasta assinalou que todos os elementos artísticos que utilizou foram portugueses e «o resultado foi muito interessante».
«Digo, não como realizador, mas como espectador, que noto uma intenção de abrir o fado a novos mundos, mostrá-lo e não apenas deixá-lo como saudade e melancolia», observou.
Questionado sobre a possibilidade de vir a dirigir mais películas sobre a temática da «canção urbana», do qual «Fados» faz parte, Saura admitiu- a e informou ter «pendente» um projecto sobre música das Caraíbas.
«Se tudo correr como previsto - indicou -, espero iniciar no próximo ano um musical no Brasil», filme que, tal como «Tango», terá argumento.
«O flamenco é o tema a que estou mais ligado e sobre o qual trabalhei mais em Espanha. Fiz o Tango, porque tenho um grande interesse por esta dança e pela Argentina. E agora surgiu o fado porque me sinto próximo a Portugal», justificou.

Na sessão da estreia em Toronto participaram os fadistas Mariza e Carlos do Carmo, que se deslocaram expressamente ao Canadá para a cerimónia.
Em declarações à Lusa, ambos consideraram o «filme dignifica o fado».
Durante os 85 minutos de duração de «Fados» desfilam cerca de 30 fadistas e outros intérpretes, como Caetano Veloso, com «Estranha forma de vida», Lila Downs, Chico Buarque e a luso-caboverdiana Lura, que canta uma morna.
Três fadistas são evocados em homenagens: Alfredo Marceneiro, Lucília do Carmo e Amália Rodrigues, fazendo-se ainda uma referência ao século XIX e à lendária Severa.

Diário Digital / Lusa
07-09-2007

Festivais de Verão

Olá pessoal,

Se quiserem ir em direcção ao Atlântico à procura de música, cliquem aqui:

http://www.festivaispt.org/

Boas Ondas!!!

HISTÓRIA DE PORTUGAL em 7 minutos

Anedotas

No comboio, um passageiro pergunta ao outro:
- Por favor, pode-me dizer qual é a próxima estação?
- Claro que é a Primavera!

Na loja:
- Vende camisas de noite?
- Não, de noite a loja está fechada.

Dois meninos conversam:
- Então, o teu pai é sapateiro e trazes os sapatos todos rotos?
- Olha que grande coisa! Também o teu pai é dentista e o teu irmão que nasceu há dias não tem dentes...

Dois amigos:
- Olha lá, o que é que estás a fazer aos pulos?
- Sabes, é que me esqueci de agitar o xarope antes de o tomar.

O professor- Como te chamas?
O aluno- Miguel dos Santos.
O professor- Que idade tens?
O aluno- Oito anos.
O professor- Onde nasceste?
O aluno- Na cama da minha tia.

Um doido está a desembaraçar um novelo de lã.
- Que estás a fazer? - pergunta outro doido.
- Estou à procura do fim do fio de lã...
- Estúpido. Podes procurar à vontade: já aí não está. cortei-o...

Bibliografia: Flores para Crianças - Fernando Cardoso

Crónica: Abril e o Salazarismo

24 ou 25 de Abril

Ao completar 33 anos, o 25 de Abril de 1974 atingiu já a plena maturidade e entrou, por direito próprio, nos anais da História: não apenas como o acontecimento maior do século XX português e uma das nossas datas mais significativas de sempre, ao encerrar o ciclo do império, mas também pelo seu alcance universal e precursor da queda de várias tiranias. É sempre exaltante recordar o poema inigualável de Sophia: “Esta é a madrugada que eu esperava – O dia inicial inteiro e limpo – Onde emergimos da noite e do silêncio – E livres habitamos a substância do tempo”.

Não tenho dúvidas de que, no final deste novo século, o 25 de Abril será evocado como um marco da nossa modernidade e a miserável ditadura de 48 anos que o precedeu como um triste intervalo entre o despertar republicano e os novos patamares de cidadania e justiça social. O fascismo, feroz ditadura monopolista, agrária e financeira, representou a tentativa desesperada de agrilhoar este nobre mas pobre povo aos lastros mais negativos da sua História: a Inquisição, o patrioteirismo e o chauvinismo colonial, sob o lema “orgulhosamente sós”.

Há quem tente explorar as lacunas da memória e a ausência de persistente pedagogia democrática para reabilitar a ditadura e o execrável ditador Salazar. É oportuno recordar, aqui e agora, o que era a vida em Portugal, há apenas 33 anos, em áreas diversificadas.

No trabalho, em primeiro lugar. Hoje conhecemos a precariedade, as deslocalizações, a exploração patronal, a corrupção, a vigarice das fugas ao fisco e à segurança social. No tempo de Salazar não havia salário mínimo nem subsídio de desemprego, a chamada previdência não ultrapassava níveis miseráveis e abrangia um número muito restrito de trabalhadores. Quem reclamasse melhor salário arriscava-se a ser denunciado como agitador pela rede de bufos que enxameava as empresas e, se fizesse greve, podia ser preso. Escrever ou falar da exploração capitalista era um acto subversivo, enquanto meia dúzia de vampiros “comiam tudo”, encobertos pelo véu da censura.

Nas escolas vigorava um regime semi-militarizado, tutelado pela Mocidade Portuguesa, baptizada pelos jovens com a bufa. Os níveis de analfabetismo andaram muitas décadas acima dos 50% e o ditador assumia que o povo não precisava de saber mais do que “ler, escrever e contar” – mais do que isso tornava-se perigoso…. O 5.º ano liceal (actual 9.º Ano) era um luxo inacessível à grande maioria e a Universidade foi convertida numa reserva das elites. A verdade é que, sobretudo a partir da década de 60, ela se tornou num dos maiores focos de contestação política ao regime.

Face à cultura, o principal instrumento do salazarismo foi o lápis azul, a censura que tanto cortava um artigo de jornal, como proibia uma peça de teatro ou colocava livros no índex. O regime teve os seus comissários políticos, como António Ferro, usando o SNI para corromper e chantagear parte da intelectualidade. Mas a esmagadora maioria dos criadores artísticos afirmaram-se apesar da e contra a censura, refinando o seu talento. O neo-realismo foi a expressão máxima mas não única desta resistência cultural diversificada que cantou, com Zeca Afonso, a aurora da Liberdade.

As autarquias locais, hoje consideradas como o primeiro pilar da vida democrática, são também e por isso mesmo, alvo da crítica e da contestação popular, algo tão natural como o acto de respirar. Há apenas 33 anos, as Câmara e Juntas de Freguesia eram pura e simplesmente nomeadas pelo governo. O mero recenseamento eleitoral obrigava a oposição a campanhas esforçadas que enchiam páginas de relatórios dos legionários e pides, encastelados nas Juntas de Freguesia. Os mesmos que, de camioneta, iam votar em dezenas de mesas, prodigalizando “chapeladas” eleitorais como o roubo da vitória a Humberto Delgado, em 1958. Em Abril 1974 estavam recenseados menos de 1 milhão de portugueses; um ano depois, quase 7 milhões (mais de 91%) elegeram a Constituinte!

Mas o fascismo foi, acima de tudo, um regime de morte: desde a mortalidade infantil – na qual passámos da cauda da Europa para números que hoje não nos envergonham – até aos assassinatos de Humberto Delgado, Catarina Eufémia e de milhares e milhares de vítimas anónimas. Mais de 10 mil soldados portugueses e um número incalculável de patriotas africanos, imolados na fogueira da guerra colonial, foram o último testemunho de um regime sepultado pela História.

É impossível comparar os horizontes de escravos e de homens livres e, assim, sempre insatisfeitos. Por isso, quando dizemos “25 de Abril Sempre!”, estamos apenas a abrir as portas ao futuro.

Alberto Matos – Crónica semanal na Rádio Pax – 24/04/2007

Hoje é o Dia Mundial do Livro

O "Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor" é comemorado, desde 1996 e por decisão da UNESCO, a 23 de Abril, dia de São Jorge.Esta data foi escolhida para honrar a velha tradição catalã segundo a qual, neste dia, os cavaleiros oferecem às suas damas UMA ROSA VERMELHA DE SÃO JORGE (Saint Jordi) e recebem em troca, UM LIVRO.Em simultâneo, é prestada homenagem à obra de grandes escritores, como Shakespeare e Cervantes, falecidos em 1616, exactamente a 23 de Abril.Partilhar livros e flores, nesta primavera, é prolongar uma longa cadeia de alegria e cultura, de saber e paixão.
Partilhem o prazer da leitura com os seus namorados/as ou amigos/as!

7 ADIVINHAS

  1. Adivinhar, adivinhar: qual é a primeira coisa que se faz ao acordar?
  2. Sem voz encanto quem me ouve; Tenho leito e não durmo; E, como o tempo, corro sempre.
  3. Qual a palavra de três sílabas, que lida às avessas, ou às direitas, significa sempre voltar à vida?
  4. Qual é a palavra que tem quatro sílabas e vinte e nove letras?
  5. Qual é a coisa, qual é ela,que nos tira quando dá?
  6. O que é que quanto mais roto menos buracos tem?
  7. Tem cabeça e não tem pescoço; Tem dentes, sem ser de osso. O que é?

Soluções:

  1. Abrir os olhos
  2. Rio
  3. Reviver
  4. Alfabeto
  5. Relógio
  6. Rede
  7. Alho

Uma Lenda

A Lenda de Timor

Conta a lenda que há muito muito tempo, um crocodilo já muito velhinho vivia numa ilha da Indonésia chamada Celebes.
Como era muito velho, este crocodilo já não tinha forças para apanhar peixes, por isso estava quase a morrer de fome.
Certo dia, resolveu entrar terra adentro à procura de algum animal que lhe servisse de alimento. Andou, andou, andou, mas não conseguiu encontrar nada para comer.
Como andou muito e não comeu nada, ficou sem forças para regressar à água.
Um rapaz ia a passar e encontrou o crocodilo exausto. Teve pena dele e ofereceu-se para o ajudar a voltar. Então, pegou-lhe pela cauda e arrastou-o de volta à água.
O crocodilo ficou-lhe muito agradecido e, em paga, disse ao rapaz que fosse ter com ele sempre que quisesse ir passear pelas águas do rio ou do mar.
O rapaz aceitou a oferta e, a partir daquele dia, muitas foram as viagens que os dois amigos fizeram juntos.
A amizade entre os dois era cada vez maior, mas, um dia, a fome foi mais forte e o crocodilo pensou que comer o rapaz era a melhor solução.
Antes de tomar esta decisão, perguntou aos outros animais o que achavam da ideia. Todos lhe disseram que era muito ingrato da parte dele querer comer o rapaz que o tinha salvo.
O crocodilo percebeu que estava a ser muito injusto e ficou com muitos remorsos. Então, resolveu partir para longe, para esconder a vergonha.
Como o rapaz era o seu único amigo, pediu-lhe que fosse com ele. O rapaz saltou para o dorso do crocodilo e deixou-se guiar pelo mar fora.
A viagem já ia longa quando o crocodilo começou a sentir-se cansado. Já exausto, resolveu parar para descansar, mas, naquele momento, o seu corpo começou a crescer e a transformar-se em pedra e terra.
Cresceu tanto que ficou do tamanho de uma ilha. O rapaz, que viajava no seu dorso, passou a ser o primeiro habitante daquela ilha em forma de crocodilo.
E assim nasceu a ilha de Timor.

Gato Fedorento - Vasco da Gama x Cavaco Silva na Índia

A morte dum ditador

PortugalDiário
"Pinochet morreu sem ser julgado"

As reacções à morte do ex-ditador chileno Augusto Pinochet, a maioria de organizações de defesa dos direitos humanos, destacam sobretudo a impunidade do general, que morreu sem ser julgado pelos crimes de que era acusado, escreve a Lusa.
A organização Amnistia Internacional afirmou que a morte de Pinochet deve ser encarada como «uma chamada de atenção» aos Governos para a necessidade de uma justiça rápida para garantir que os culpados de violações dos direitos humanos são julgados.
O vice-presidente da Federação Internacional dos Direitos Humanos (FIDH ), Luís Guillermo Perez, lamentou que o ex-ditador tenha morrido sem ser julgado, considerando, no entanto, que a sua «condenação moral já foi feita».
As vítimas da ditadura de Pinochet e os advogados que interpuseram mais de 300 acções contra o ex-ditador lamentaram que este tenha morrido sem ser condenado e não esconderam a sua alegria pelo desaparecimento do general.
Por outro lado, os apoiantes e colaboradores de Pinochet, que morreu aos 91 anos devido a complicações cardíacas, classificaram a sua morte de «perda irreparável» para o Chile e pediram «tolerância» aos seus opositores e um funeral com honras de Estado.
«A dor é muito grande, estamos consternados», afirmou o general na reforma Luis Cortés Villa, director da Fundação Augusto Pinochet e uma das pessoas mais próximas da família do general que governou o Chile com mão-de-ferro entre 1973 e 1990.
Organizações de defesa dos direitos humanos da Argentina lamentaram que o ex-ditador tenha morrido sem ter cumprido «a pena de prisão que merecia pelo genocídio que cometeu».
A secretária da Associação argentina «Mães da Praça de Maio», Beba Evel Petrini, considerou que «a morte foi a salvaguarda» de Pinochet, porque «o salvou de pagar pelo horror que semeou».
Por seu lado, o coordenador do Serviço Paz e Justiça do Uruguai, Guillermo Paysse, referiu que «Pinochet foi um dos tiranos mais cruéis da região e com a sua morte não há nada a lamentar».